Seguindo
padrões de construção sustentável, os edifícios verdes estão conquistando o
Brasil. Até agora o grande filão do mercado verde tem sido os empreendimentos
comerciais. Apesar de mais caros, os edifícios sustentáveis garantem, a longo
prazo, economia de até 30% na conta de luz e 50% na de água. Isso porque, para
ser considerado verde, um empreendimento precisa adotar conceitos de
sustentabilidade como reaproveitamento de energia e água. Além de reduzir os
custos de operação e manutenção, ter uma sede verde implica em outros
benefícios como valorização da imagem corporativa e melhora da produtividade no
ambiente de trabalho.
Portanto, não se
trata apenas de instituir coleta seletiva ou oferecer um amplo jardim
arborizado. São necessárias estratégias e soluções de engenharia e arquitetura
bem planejadas e definidas que reduzam os impactos ambientais gerados pelo
edifício durante sua construção e durante todo o período em que estiver
ocupado. A questão é complexa. Não à toa, existem selos que certificam as obras
verdes, garantindo sua legitimidade.
O mais conhecido, porém, é o LEED (Leadership in Energy and
Environmental Design), doGreen Building Council (GBC), órgão responsável pela
concessão do certificado. Criado em 1999 nos Estados Unidos, o
selo pode chegar a custar 50.000 reais. Hoje, o Brasil é o quarto
país no ranking mundial de empreendimentos buscando o LEED, com 384
registrados, atrás apenas de Estados Unidos, Emirados Árabes e China.Durante o
processo de certificação LEED são avaliados inúmeros fatores com base em sete
critérios principais. Adapte-os para o seu lar, tornando-o eco friendly também.
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Edifício Cidade Nova - Rio de Janeiro - Brasil - O primeiro a ganhar a certificação verde |
Escolha do terreno.
Para ser verde um
edifício precisa ocupar um espaço sustentável, ou seja, a escolha do terreno
deve levar em conta o menor impacto durante a construção, bem como a
proximidade à rede de transportes públicos e serviços. Dessa forma, evita-se o
uso do carro, altamente poluente, e estimula-se a locomoção a pé e através de
ônibus ou metrô, por exemplo. Este critério também diz respeito a recursos que
amenizem o efeito da ilha de calor. A temperatura na cidade, em meio ao
concreto e ao asfalto, é em média 8 ºC superior em relação à de áreas
arborizadas. Por isso, é importante apostar em telhados verdes, com jardim, uma
vez que a vegetação, além de promover a biodiversidade, ajuda a amenizar a
temperatura do prédio. Outra opção é o telhado com cobertura clara, que reflete
a luz ajudando a bloquear o calor e, consequentemente, reduzindo o uso do ar
condicionado.
Uso racional da água.
Para
reduzir ao máximo o consumo, devem ser usados aparelhos economizadores como
torneira eletrônica, mictório a seco, válvulas de descarga dual flush ou até mesmo vaso sanitário a vácuo. O
sistema dual flush permite usar metade da vazão de água
de uma descarga convencional. Nas áreas verdes do prédio, as plantas devem
ser adaptadas às altas temperaturas. Dessa forma, necessitam de pouca rega. E o
sistema de irrigação, por sua vez, deve ser automático. Outro recurso
importante é o reaproveitamento da água não potável. A da chuva ou a do esgoto
tratado, por exemplo, deve ser captada para ser usada vasos
sanitários ou na lavagem de pisos, por exemplo.
Eficiência energética.
O
aproveitamento da luz e da ventilação naturais para iluminar e deixar os
ambientes mais frescos ajuda a reduzir o consumo de energia. Equipamentos de ar
condicionado e outros eletro-eletrônicos devem ter o selo Procel, que garante
os melhores níveis de eficiência energética. Existe ainda o sistema de ar condicionado
com sensor de CO2, onde os aparelhos só promovem a troca de ar quando o nível
de gás carbônico está alto de acordo com o padrão da ANVISA, o que ajuda a
poupar energia. Já as lâmpadas dos prédios verdes são frias, pois são as que
apresentam melhor compensação energética. As LED, por exemplo, consomem 26
watts cada contra os 32 watts da tradicional. Edifícios ecologicamente corretos
investem também em fontes de energia renováveis, como eólica e fotovoltaica.
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Torre Strata SE1 - Londres - Inglaterra - Primeiro prédio do mundo a instalar turbinas eólicas em sua fachada. |
Qualidade ambiental interna.
Um
prédio verde deve oferecer conforto e bem-estar aos ocupantes, o que, no caso
dos empreendimentos comerciais, implica em aumento da produtividade dos
funcionários. Janelas com paisagem e produtos como tinta, cola e verniz sem
cheiro, por exemplo, contribuem para a saúde das pessoas, tanto física quanto
mental. Não à toa, um edifício verde prioriza aspectos como a vista, boa
iluminação natural e produtos sem teor de compostos orgânicos voláteis, que
deixam cheiro forte. O controle de qualidade do ar através de filtros de ar
condicionado, por exemplo, também é um ponto importante.
Materiais e recursos.
O
selo LEED também avalia a matéria-prima utilizada na construção. A madeira
certificada, a de reflorestamento ou a de ciclo vegetativo rápido, como bambu e
eucalipto, são bons exemplos de material sustentável, bem como as tintas
ecológicas à base d’água, como as epóxi, com baixo teor de química e sem
cheiro.
Além disso, costumam ser adotados nas obras
verdes critérios de seleção de materiais pela distância de fabricação,
evitando-se fornecedores de longe, que queimariam combustível por mais tempo
nas estradas. A gestão de resíduos da obra também é essencial, ou seja, é
preciso cuidar para que o lixo produzido durante a construção do prédio verde
não sobrecarregue os aterros sanitários. Uma opção é o encaminhamento de
resíduos recicláveis a empresas de reciclagem.
Inovações e tecnologias.
As
construtoras e os escritórios de engenharia devem também ser criativos se
quiserem conquistar o selo verde com pontos adicionais (não à toa existe o LEED
Prata, o Gold e o Premium). Revitalizar parques no entorno do prédio, ao invés
de concentrar esforços apenas na própria obra, também é uma atitude sustentável
extra bem avaliada no LEED.
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Ventura Corporate Towers - Rio de Janeiro - Brasil - Detentor do selo LEED Gold |
Créditos regionais.
Diz
respeito a adaptações que estimulem mudanças culturais de comportamento. É o
caso, por exemplo, do prédio comercial Ventura Corporate Towers, no Rio de
Janeiro, construído pela incorporadora norte-americana Tishman Speyer e pela
Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário. Detentor do selo LEED Gold, o
prédio disponibiliza vagas preferenciais para carros a álcool ou gás natural,
desestimulando o uso da gasolina. Elas ficam estrategicamente mais próximas aos
acessos principais do edifício, ocupado por escritórios do BNDES e da
Petrobras.
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Fonte: Veja Rio / Secovi MG
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